segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O TRIUNFO DA VONTADE


Tudo que gera Espírito emana pelos sentidos. Toda criação sensorial é um reflexo da vontade criadora.
No homem, a trindade acha-se resumida na vontade e acaba por ser revelada pela obra, a boa obra confere o poder e, o poder, governa.

A luz interior de nosso Espírito se difunde para o exterior por meio dos sentidos. Se o invólucro desses sentidos tiver uma “casca dura”, a luz interior não chega com nitidez ao mundo, ainda que ela continue brilhando no interior.

O poder de realização são as “ferramentas” da vontade, sem a vontade, os sentidos não teriam razão de existirem. Se em nossa busca, a matéria deve se espiritualizar, o Espírito deve se materializar, e só o faz através do sentido. Esse processo espiritualização/materialização só é alcançado pela vontade e os efeitos são o prazer e a dor sentidos pela alma.

No entanto, através e pela vontade, os sentidos podem chegar a ser insensíveis ao prazer e a dor. A vontade é o que podemos denominar de “maquina que debulha a espiga dos sentidos até revelar a nudez do grão”.

A vontade é o marco que separa o prazer da dor. Ela tritura os sentidos, mói-os, depura-os, amassa-os com lágrimas, submete-os ao fogo sagrado para, depois, oferece-los como pão aos anjos. Ela é a força que domina o mundo.

Por analogia podemos afirmar que a flor é o hino da vontade da árvore; o Filho é o fruto da vontade do Pai; a vontade é o fiat lux de Deus.

O coração anseia muitas coisas. As paixões “empanam” com “grossa casca” a poderosa luz do Espírito. A férrea garra do desejo sujeita, tenazmente, o poder. E o desejo vai sufocando a vontade até chegar à razão, obrigando o cérebro a cumprir seus objetivos.

O homem é homem pela virtude de sua vontade e não pela virtude de sua inteligência, o homem vê as coisas segundo o desenvolvimento de sua vontade.

A máxima “conhece-te a ti mesmo” significa desenvolver a tua vontade. É através da vontade que subjugamos a vida para vencer a morte, aprendendo que não há nascimento ou morte e sim uma eterna continuação para o aprimoramento espiritual (...)

A vontade é o pólo positivo do homem, o desejo é o pólo negativo.

Todo o poder é inerente à vontade, toda debilidade está ao lado do desejo. Segundo a Cabala, a vontade é a segunda concepção da Sabedoria, sempre benfeitora porque é forte. A essência da Sabedoria é a vontade criadora. Se as três pessoas, em Deus resume-se em Unidade, as três pessoas, no homem, unem-se na vontade.

A vontade é o Poder Mágico que se revela nos quatro elementos do homem, segundo os chamados profanos e nos quatro corpos, segundo os chamados iniciados.

Assim como a vida é a chispa do Espírito, a vontade é a chama da vida, o gérmen da semente, o vigor da árvore, o aroma da flor, o sabor do fruto e o todo no homem.

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